Oficina de Inovação
Um dispositivo eletrônico (biossensor) capaz de detectar bactérias em diversos materiais dentro de alguns minutos ou horas venceu a Oficina de Inovação, realizada recentemente no campus USP São Carlos. Com o intuito de apoiar ideias de projetos inovadores submetidos por alunos de graduação de qualquer unidade da USP, a Oficina é uma disciplina optativa organizada pela Agência USP de Inovação, em parceria com o Centro Avançado da EESC para Apoio à Inovação (EESCin) e o Centro de Engenharia Aplicada à Saúde (CEAS/EESC).
Nesta primeira edição, que teve como foco trabalhos inseridos nas áreas de controle de infecção hospitalar e de controle de vetores de zoonoses*, seis dos oito projetos submetidos foram apresentados e avaliados por uma banca integrada por docentes, investidores e pesquisadores das áreas de tecnologia, inovação e saúde. Intitulado Desenvolvimento de Biossensores Eletroquímicos Baseados em Aptâmeros para Quantificação Simultânea de Escherichia coli e Staphylococcus aureus, o projeto relacionado à elaboração do biossensor tem sido idealizado desde janeiro último pela doutoranda do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano/IFSC/USP), Laís Canniatti Brazaca, e pelo graduando do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP), Adriano Lopes Rodrigues.
O conceito deste projeto surgiu a partir dos trabalhos sobre sensores que Laís tem desenvolvido nos laboratórios do Gnano. À Assessoria de Comunicação do IFSC, a pesquisadora disse que se sentiu realizada pelo fato deste projeto ter vencido a Oficina de Inovação, que não englobou apenas o caráter científico do trabalho – com o qual está acostumada a lidar -, mas, também, sua aplicabilidade no mercado, o que, para ela, é um aspecto fundamental quando se pensa em disponibilizar as tecnologias desenvolvidas na academia à sociedade.
“Foi muito interessante ter participado da Oficina pela troca de informações e aprendizado entre as equipes. Recomendo a iniciativa para os alunos dos próximos anos”, disse ela, destacando também outras propostas de projetos submetidos à disciplina que foram bem elaboradas, como a higienização de arquivos em papel e o desenvolvimento de um sistema para monitoramento de lavagem de mãos.
O Prof. Dr. Valtencir Zucolotto, que coordena tanto este projeto como o GNano, comentou que esta conquista deixou o grupo muito feliz. “Este reconhecimento contempla a ideia do projeto. E a ideia é sempre o aspecto mais importante da pesquisa. Fico muito feliz pois tenho me esforçado muito para treinar meus alunos a terem grandes ideias, e esse reconhecimento é muito bem-vindo”, enfatizou o docente, acrescentando que o biossensor de rápida detecção poderá ter uma aplicabilidade muito grande em vários setores, como na análise de materiais médicos e de embalagens para alimentos.
O Prof. Dr. Daniel Capaldo Amaral, docente do Departamento de Engenharia de Produção da EESC e um dos organizadores da Oficina de Inovação, elogiou a execução do trabalho em questão. “A tecnologia desenvolvida é disruptiva e com potencial para ser utilizada em uma série de produtos. Os alunos conseguiram demonstrar testes reais e que mostram a maturidade da tecnologia e a viabilidade de desenvolvimento do produto”, disse ele, em entrevista ao portal da EESC.
Após demonstrar a viabilidade da aplicação do biossensor, o desenvolvimento do dispositivo deverá ter início em breve, com o recurso de cinco mil reais, ofertado pela disciplina, para a aquisição de materiais de consumo, equipamentos e serviços terceirizados.
*Doenças transmitidas por animais aos humanos e vice-versa. Cachorros, gatos, morcegos, ratos, aves e insetos são os principais animais que transmitem doenças para o homem. Algumas das patologias mais comuns referentes ao termo “zoonoses” são raiva, dengue, Doença de Chagas e leptospirose.
Esta matéria foi igualmente divulgada através da Assessoria de Comunicação – EESC/USP.
A pesquisa descrita nesta matéria de divulgação pode se encontrar em fase inicial de desenvolvimento. A eventualidade de sua aplicação para uso humano, animal, agrícola ou correlatas deverá ser previamente avaliada e receber aprovação oficial dos órgãos federais e estaduais competentes. A responsabilidade pelas informações contidas na reportagem é de inteira responsabilidade do pesquisador responsável pelo estudo, que foram devidamente conferidas pelo mesmo, após editadas por jornalista responsável devidamente identificado, não implicando, por isso, em responsabilidade da instituição.
Fonte: IFSC/USP